O relato de hoje traz a história de Mário, um dos amigos portugueses que
conhecemos no clube de swing. Vou tentar reproduzi-la de modo mais fiel
possível, como se o próprio estivesse a contar, porém vou usar a minha
linguagem, até porque algumas passagens, se escritas em português
europeu, soam hilárias a ouvidos brasileiros. Ah, e ficou um pouco
longo, mas não quis dividir a história dele em capítulos.
* * *
Joana
e eu passamos a morar juntos me 2007, depois de um namoro que vinha da
adolescência. Decidimos não ter filhos logo, pois ela ainda terminava
sua graduação, e eu priorizava a minha carreira num grande banco
internacional, que começava a deslanchar. Contudo, um ano após nossa
união, o país foi atingido pela crise financeira. O banco no qual
trabalhava fechou a filial em nossa cidade e fiquei desempregado. Por
meses, peregrinei em busca de uma colocação de mesmo nível, mas foi
inútil. Obriguei-me a aceitar um posto bem abaixo do meu currículo. Por
outro lado, Joana, recém-formada, granjeou uma boa colocação em sua
área. Em pouco tempo, era ela quem custeava a maior parte de nossas
despesas.
Fiquei incomodado, evidentemente, mas minha mulher
lembrava que eu a sustentara durante seus estudos e que agora apenas
retribuía. A crise passaria e eu retomaria minha carreira. Porém, corria
o tempo e minha situação profissional só piorava, enquanto Joana
progredia com rapidez. Recebia fartas comissões, mas, em troca, tinha
cada vez mais trabalho. Chegava cansada em casa e não tinha disposição
para dividir comigo tarefas domésticas. Nos meus tempos de fartura,
havia adquirido uma casa tão bela quanto grande. Um dia, minha esposa
propôs:
– Mário, não temos necessidade financeira do teu salário
que, afinal, é tão pequeno. Porque não te dedicas exclusivamente à casa?
Eu chego tão cansada todo dia e seria bom encontrar as coisas
arrumadas, uma comidinha caseira me esperando...
A proposta fazia
sentido, mas aquela inversão dos papéis tradicionais de marido e esposa
me incomodou. Relutei muito, porém, ao cabo de alguma reflexão, acabei
por aceitar. A verdade é que meu emprego era uma seca, enquanto que os
afazeres domésticos me davam relativo prazer. Além disso, repetia para
mim que era algo transitório, quando o mercado melhorasse, retomaria
minha carreira.
Tornei-me um “dono-de-casa” e esforcei-me para
desempenhar bem a função. Aprendi receitas e técnicas de cozinha,
pesquisei sobre produtos de limpeza, passei horas no youtube aprendendo a
passar e engomar a fim de deixar as roupas de Joana sempre impecáveis.
Quando minha mulherzinha chegava cansada do trabalho, lhe preparava um
drink e massageava-lhe os pés enquanto ela bebia. Recolhia com zelo a
roupa suja que deixava jogada no banheiro e a esperava no quarto após o
jantar para, caso ela não estivesse estafada ou estressada, termos
alguns minutos de prazer na cama.
Joana parecia reconhecida de
meu esforço. Às vezes, quando demorava devido a algum compromisso mais
longo, lembrava de trazer-me pequenos regalos. Porém, com a
agressividade do ramo em que trabalhava, constantemente chegava nervosa
em casa. Nessas ocasiões, não era carinhosa e, muitas vezes, descontava
seus problemas em mim. Certa vez, estressada, reclamou que eu já não me
cuidava como antes para ficar atraente para ela...
De fato, depois
que parei de trabalhar, permiti-me ficar mais relaxado em relação à
aparência. Reconheci que, talvez por isso, nossa vida sexual tivesse em
declínio. Nesse dia, chorei escondido no quarto para não irritá-la ainda
mais. Ela ficou até tarde em frente ao computador e, quando veio para a
cama, fingi que dormia.
Joana parecia arrependida por ter sido
grosseira. Achegou-se às minhas costas e beijou-me o pescoço,
sussurrando desculpas no meu ouvido. Disse que havia exagerado, mas que
gostava quando eu trazia o corpo esguio e bem depilado, mas que
continuava a deixando excitada... Embora ela soubesse que eu fingia
dormir, permaneci imóvel, sentindo-a pressionar o seio em minhas costas,
esfregar o púbis em meu rabo. Ao comprovar que eu estava de verga
feita, fez-me virar, montando sobre mim. Com agressividade, arrancou
minha roupa e foçou o coito, empurrando sua cona até ser penetrada.
Nunca a tinha visto com essa disposição na cama. Mexeu os quadris com
força e ritmo por alguns minutos e então soltou um grito alto e
desfaleceu sobre mim, satisfeita. Embora eu não tenha chegado ao
orgasmo, fiquei satisfeito também por ter dado prazer à minha amada.
A
partir do dia seguinte, dediquei-me a entrar em forma. Comecei uma
dieta rigorosa, fui a um spa e pedi uma depilação completa, bem ao gosto
de Joana. Passei a fazer exercícios em casa e. minha esposa, em
reconhecimento, mandou entregar em casa uma bicicleta ergométrica
novinha, que passei a usar duas horas por dia.
Em pouco tempo, meu
esforço foi recompensado. Comecei a notar que Joana se interessava mais
pelo meu corpo. Sentia seus olhares lascivos na minha direção enquanto
fazia alguma tarefa. Claro, tinha meus expedientes para provocá-la.
Aproveitando que minhas pernas e ancas já ficavam bem definidas, usava
meus shorts mais curtos e justos...
Certo dia, Joana chegou um
pouco mais cedo e eu preparava o jantar. Veio tomar seu drink na cozinha
e, de costas para ela, sentia seu olhar cravado em mim. Vestia um short
de malha bem curto e um avental que pertencera a ela. Logo ela se
aproximou e me abraçou por trás, pondo a língua na minha orelha, me
fazendo arrepiar.
– Você me deixa louquinha, amor... – ela sussurrou. – Eu quero te levar pra cama agora...
– Mas, amor, ainda não terminei o jantar...
– Você pode fazer isso depois... – disse, já desligando o fogão.
Sem
me soltar, foi me conduzindo para o quarto, onde me jogou na cama,
vindo logo atrás. Eu estava de bruços e ela por cima de mim. Tentei me
virar, mas minha esposa me impediu.
– Ai, amor, esse teu rabinho
tá tão gostoso... deixa eu aproveitar ele mais um pouquinho... – falou,
enquanto sua mão acariciava minhas nádegas – nossa, essa bundinha tão
durinha e empinada... – já falava com a voz embargada de tesão.
Joana
beijou minha nuca e desceu a boca molhada pelas minhas costas. Chegando
à cintura, desceu meu short, deixando o meu rabo exposto. Beijou e
mordeu-me as nádegas e, depois, desceu a língua no rego, tocando meu
anelzinho.
– Ai, que tesão de cu! – sussurrou...
Eu estava
pasmo, sem reação. Ela me submetia e estava muito excitada. Uma parte de
mim dizia para impedi-la, outra pedia para deixá-la continuar.
–
Eu to loca pra te comer! – sussurrou na minha orelha antes de descer o
dedo para meu cu, que ela já tinha lubrificado com saliva. Senti a ponta
deslizando pra dentro de mim e pedi para ela parar.
– Por quê,
amor, tá tão gostoso... to com tanta vontade... – gemia ela no meu
ouvido. Nisso, tocou meu pau e, vendo que eu estava excitado, sorriu. –
Viu só, amor, bem que você tá gostando... relaxa, vai... relaxa e deixa
eu te comer... dá pra mim, vai...
E foi enfiando o resto do dedo
no meu rabo, me arrancando um gemido involuntário, que a fez ter a
certeza que eu estava gostando. Então, não escutou mais meus fracos
protestos e seguiu socando o dedo cada vez mais rápido, enquanto
esfregava a buceta na minha bunda e falava um monte de putaria, me
chamando de rapariga, tocando cada vez mais fundo em mim, até que não
aguentei e ejaculei e logo ela se veio também.
Um turbilhão de
pensamentos passava na minha cabeça, mas Joana apenas disse “foi muito
bom, não é, amor?”, antes de se virar para o lado e dormir.
No
outro dia, enquanto me desincumbia de meus afazeres, imaginava uma
centena de versões diferentes do diálogo que teria com minha esposa
quando ela chegasse. Joana estava a confundir as coisas, levara aquela
inversão de papéis longe demais! Eu não era uma rapariga! Ela não era o
homem da casa! Estava preparado para enfrentá-la quando chegasse.
Colocaria as cartas na mesa; daria freios a esse disparate!
Contudo,
Joana abriu a porta de casa e, antes que eu pudesse abrir a boca, tirou
de trás de si um lindo buquê de rosas vermelhas e um pequeno embrulho.
Entregou-me os presentes e beijou-me com sofreguidão. No embrulho, um
smartphone novo (ela havia prometido comprar-me um no meu aniversário,
mas antecipara o presente). Um detalhe: a capa do aparelho era dourada,
com delicados detalhes em rosa... totalmente feminina. Não tive ânimo de
puxar a discussão que planejara.
Minha esposa, por seu turno,
parecia estar ansiosa para levar-me novamente para a cama. Me atacou
novamente, com a mesma agressividade. Sacou minhas roupas, enfiou os
seios no meu rosto, depois pegou-me pelos cabelos e empurrou minha boca
para sua cona molhada, que exalava um cheiro forte. Após me fazer
chupar, pôs-me deitado com as costas na cama e veio sobre mim. Chupou
demoradamente meus mamilos, enquanto percorria minhas coxas e minha
bunda com as mãos. Achei que, ao menos, deixaria penetrá-la, contudo,
após essas preliminares, virou-me de bruços e caiu de boca no meu rabo,
como na noite anterior. Quase cheguei ao clímax com suas carícias, mas
logo senti o peso do seu corpo... seu monte-de-vênus mal depilado
arranhava minha bunda e a cona me lambuzava... por fim com a mão entre
nossos corpos me penetrou, desta vez com dois dedos juntos. Não demorou
muito para que chegássemos ao orgasmo. Antes de sair de cima de mim,
perguntou no meu ouvido:
– E agora, já aprendeste quem é o homem da casa?
Fiquei quietinho e humilhado. O que eu poderia dizer depois de ter gozado duas vezes daquele jeito?
No
dia seguinte, bate à porta um entregador com um pacote. Havia um
cartão: “Quero você com isto hoje. Joana.” Desfiz o embrulho e,
estupefato, vi um conjunto de lingerie completo (meias, calcinha e
corpete) de tule e renda. Junto dele, um par de sandálias plataforma.
Era a suprema humilhação. Não vestiria aquilo, preferia o divórcio!
Passei a tarde toda naquele dilema. Volta e meia olhava para as
delicadas pecinhas íntimas sobre a cama e me debatia entre a vergonha e
um inconfessado tesão.
Por fim, não resisti. Resolvi vestir,
dizendo para mim mesmo que era “só pra ver como iria ficar” e que
ninguém me veria com aquilo. Caprichei no banho, reforcei a depilação e,
com certa dificuldade, vesti o conjunto e subi na sandália. Tremendo de
nervosismo, me olhei no espelho. Um calafrio percorreu minha espinha.
No espelho eu via uma garota de corpo esguio, bunda empinada trajando
uma lingerie sensual. Não tinha noção de o quanto tinha me feminizado
nos últimos tempos... foi um baque. Ao mesmo tempo, fiquei terrivelmente
excitado e não consegui evitar de fazer poses sexys e desfilar em
frente ao espelho, caprichando no rebolado.
Se aproximava a hora
de Joana chegar e eu ainda não tinha tirado a roupa. Meu coração batia a
mil. Precisava fazer mais uma coisa antes de despir a fantasia:
procurei o estojo de maquiagem de minha esposa. Com pouca prática, mas
muito cuidado, pintei de carmim os lábios, engrossei os cílios com rímel
e passei uma leve camada de blush nas faces. Meu cabelo batia no ombro e
eu ajeitei por trás de uma das orelhas, num penteado bem feminino.
Me
contemplei mais uma vez e o conjunto era definitivamente atraente.
Parecia uma mulher, sem dúvidas... Estava me admirando quando ouço a
porta da frente abrir. Agora, não havia tempo para mais nada. Vesti um
robe de seda de Joana e fiquei a esperando, com o coração saindo pela
boca.
Minha esposa entrou no quarto e visivelmente ficou
satisfeita com o que encontrou. Baixei os olhos e mordi a pontinha do
dedo, como uma gaja recatada, então, inocentemente, deixei o robe cair.
As pupilas de Joana se dilataram. Me tomou nos braços e me beijou... me
entreguei, bem feminina.
– Vem cá, Mariana... – disse ela – você vai ser todinha minha...
Deitei
na cama e ela me abriu as pernas, deitando-se entre elas. Enfiava a
língua com força na minha boca e acariciava todo meu corpo, sentindo o
tecido da lingerie. Mexia o quadril como se estivesse a me comer e eu
afastava as coxas para recebe-la. Foi tirando o corpete e beijando meus
“seios”, com o dedinho já procurando meu buraquinho.
– É o que você quer, Mariana? Quer dar pra mim?
– Sim, amor! Quero ser todinha sua, quero que você me coma! – respondi, fazendo voz de rapariga e levando-a à loucura.
– Eu também tenho uma surpresinha pra você, menina.
Me
deixou por instantes e logo reapareceu. Eu à esperava passivamente
deitada na cama, pronta para ser comida. Mas não esperava que Joana iria
mais longe: havia um pau de silicone saindo do seu púbis, preso por
tiras de couro. Fiquei assustado, mas também excitado (ou melhor,
excitada, pois já havia incorporado o papel de Mariana). Fiquei de
quatro na cama e abocanhei aquela verga e a lambi, beijei e suguei.
Joana posicionou-se atrás de mim, agarrou-me pelos cabelos e encostou a
ponta do consolo no meu rabo, pressionando meu ânus, que eu empurrava
para trás, me oferecendo toda. Então a senti entrando em mim, me
abrindo, me possuindo... gemi, gritei e pedi mais... ela estava
alucinada, empurrando com força no meu rabo, perguntando aos gritos
“quem é teu homem???”, até o ponto em que não aguentei mais, explodi em
gozo, gemendo alto. Joana deixou-se vir também, desabando sobre mim, com
o consolo ainda dentro.
Naquele instante tive consciência que
não voltaria jamais a ser o “homem da casa”. Restava render-me ao papel
de fêmea e ser Mariana plenamente. Dali em diante apenas não me vestia
com roupas femininas em casa quando havia familiares e, mesmo assim,
muitos já sabiam do nosso “segredo”. Lamentavelmente, acabamos nos
separando em 2016, embora nossa vida sexual continuasse satisfatória.
Joana vive atualmente com uma companheira em Madrid, mas quando vem a
Portugal, sempre nos encontramos. Eu tive envolvimento com homens, mas
nada me satisfaz quanto uma mulher me possuindo.
segunda-feira, 20 de maio de 2019
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